Oportunidade de investimento: transição energética deve atrair mais de R$ 33 trilhões no Brasil até 2050
10 de junho de 2025
10 de junho de 2025
Em 2024, o Brasil consolidou-se como um dos principais destinos globais para investimentos em transição energética. Ao longo do ano, o país captou US$ 37 bilhões – cerca de R$ 192,4 bilhões – para projetos do setor, marcando o terceiro ano consecutivo de crescimento[1].
Apesar dos números expressivos, o cenário indica que esse é apenas o começo. O volume de capital ainda está aquém do potencial brasileiro em soluções verdes e da necessidade de viabilizar projetos para cumprir os compromissos assumidos no Acordo de Paris. Especialistas apontam que esses fatores devem impulsionar fortemente os aportes nos próximos anos – gerando grandes oportunidades para investidores.
O relatório New Energy Outlook, da BloombergNEF, publicado em 2025, reforça essa perspectiva. Segundo o estudo, o Brasil precisará investir cerca de US$ 6 trilhões para descarbonizar a economia e alinhar-se ao cenário de emissões líquidas zero (net zero). O valor corresponde a aproximadamente R$ 33 trilhões ou quase três vezes o PIB brasileiro de 2024.
De acordo com o relatório[2], o Brasil terá de fazer investimentos diversificados, que passam pelo crescimento das energias renováveis; por tecnologias de redução de emissões, como captura e armazenamento de carbono; e pelo desafio de eletrificar o transporte.
Para alcançar o cenário net zero, será necessário, também, atuar em outra frente: a de combate ao desmatamento e de aprimoramento de práticas mais sustentáveis no campo. Diferente de outros países, em que a energia é isoladamente a principal origem de emissões de gases de efeito estufa, aqui a agricultura e a mudança no uso da terra juntas representam metade do total.
A BloombergNEF destaca o Brasil como um “outlier” entre os países do G-20, graças à sua matriz energética amplamente descarbonizada. Em 2024, cerca de 90% da eletricidade produzida no país teve origem em fontes renováveis – impulsionadas por uma combinação de hidrelétricas, energia solar e eólica.
Mesmo com esse avanço, o potencial é ainda maior. Dada a abundância de recursos naturais, o país tende a seguir ampliando sua geração limpa. A expectativa dos analistas da BNEF é que a capacidade de geração dobrará até 2030 (em relação a 2022) e triplicará até 2050. Nesse cenário, a fonte solar deve assumir o protagonismo, ultrapassando a hídrica como principal fonte.
A transição, contudo, não se limita ao setor elétrico. Descarbonizar a economia brasileira exige transformações profundas em outras áreas – e isso requer mais recursos e iniciativas, o que cria mais oportunidades para investidores.
O New Energy Outlook Brasil destaca o setor de transportes como uma área-chave para o desafio de alcançar o net zero. Segundo o documento, o setor é responsável por 53% das emissões de energia no país. Isso se deve à predominância dos combustíveis fósseis, mesmo com um mercado consolidado de biocombustíveis.
Para Vinícius Nunes, associado de pesquisa da BNEF e autor do relatório, esse é o setor que mais precisa evoluir. “É nele que as emissões precisam cair mais rapidamente para o Brasil alcançar o net zero”, afirmou em entrevista à Bloomberg Línea.
A eletrificação será chave nesse processo. De acordo com o relatório da BNEF, veículos elétricos de passageiros representaram apenas 1% das vendas no Brasil em 2023, mas a expectativa é que esse número salte para 59% até 2040[3] – o que indica outro campo com necessidade de captação de recursos no mercado.
Uma agenda global – e uma oportunidade estratégica
A transição energética mobilizará trilhões de dólares em investimentos ao redor do mundo e exigirá múltiplas estratégias de captação. Isso abre oportunidades significativas para investidores que buscam diversificar portfólios e acessar ativos de longo prazo – como infraestrutura e Private Equity. Para aproveitar as melhores oportunidades, será essencial contar com gestores com presença global e capacidade de originar e estruturar ativos alternativos – aqueles fora dos mercados convencionais, como bolsa de valores ou títulos públicos.
O Patria Investimentos, por exemplo, é uma das gestoras líderes em fundos alternativos na América Latina e tem uma equipe dedicada ao setor de energia, com histórico sólido de geração de valor para os investidores. No Brasil, acumulamos 19 anos de experiência em fundos voltados ao setor energético. A Essentia, plataforma de energia renovável do fundo Patria Infra IV, atingiu em 2024 1,7 GW de capacidade instalada, consolidando-se como uma das maiores geradoras independentes de energia limpa do país.
Em linha com a tendência de transição energética e busca pelo net zero, existem iniciativas também na área de eletrificação de frota, com o investimento na Evolution Mobility, em fundos de reflorestamento e de investimentos climáticos[4] e muito mais.
Sobre nós
O Patria é uma gestora líder em Investimentos alternativos, com mais de 35 anos de história, especialista em setores-chave de alta resiliência. Nossa abordagem única combina o conhecimento dos nossos líderes de investimento, especialistas setoriais e gestores de companhias com nossa experiência própria no mercado local.
Com mais de R$ 200 bilhões de ativos sob gestão e presença global, buscamos proporcionar retornos atrativos e consistentes a partir de oportunidades de investimento de longo prazo ao mesmo tempo em que criamos valor de forma sustentável para as regiões em que atuamos.
No dia a dia, compartilhamos conteúdos sobre os setores e classes de ativos nos quais temos expertise. Assim, você pode saber mais sobre mudanças climáticas e investimento acompanhando de perto os nossos canais. Acesse a seção Insights do nosso site institucional e fique de olho nas nossas publicações no LinkedIn e no Instagram.
[1] https://exame.com/esg/brasil-atrai-us-37-bi-de-investimentos-em-transicao-energetica-mas-desafios-persistem/
[2] Bloomberg Línea: https://shre.ink/ea76
[3] Considera o “Cenário de Transição Econômica” elaborado pela BNEF. Esse cenário descreve a evolução do setor de energia após mudanças tecnológicas baseadas em custos e sem considerar mudanças nas políticas atuais.
[4] https://capitalreset.uol.com.br/financas/investimentos/patria-cria-vertical-de-investimento-climatico/
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